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sábado, 21 de dezembro de 2013

Saturado



















Eu sou a forma mais volúvel
Preencho todo o abismos
Todos os cantos

O único átomo adaptável
Eletronegatividade incalculável
Me afasto de tudo
Sempre com tendência a perder

Sou forçado a me isolar
Quanto mais me afasto
Me conheço menos

Sou sangue gelatinoso
Bombeio a cidade de Laís
Mas não tem com quem ceiar

Encharco a roupa maltrapilha do ontem de lamentos
E o amanhã torce sobre mim...
meu choro


sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Preench


Há uma fome
Que disseca os ossos
Me faz de joelhos
e despedaça em pó

Há uma sede
Traiçoeira como a morte
Evapora toda vida
E me leva como pena

Há um silêncio
Que grita por ser preenchido
Ecoa nos sete cantos
Mas não pode ser ouvido

Há em mim uma necessidade
Tão grande que nada preenche
Tão pequena que nada cabe

Há um desejo que nunca vai ser satisfeito
Nenhuma melodia, nem o canto da manhã
Se eu correr vou cair
Se eu tentar vou desfazer

Não vou ser preenchido, minha vida é uma busca
Uma busca pelo que só posso receber em fragmentos

domingo, 13 de outubro de 2013

Vide Vida!














Somos um vetor
Há aqueles que mencionam reviravoltas
Porém, a vida, objetiva, sabe o caminho rápido
Não que esta não aprove dificuldades
Ao contrário, ela é inerente a complexidade
Entretanto, curta, longa, distante
Não aprova enigmas

Um novelo de lã
A um chute de se desenrolar
Ainda impreenchida(sic), suavemente desenha no chão
Como uma oferta no piso de madeira
Escolhe o caminho grande onde a luz não toca
Ou foge para ver o sol

Há os vivos
Os que rolam no revés
Os que sobem tanto, que no último andar do apartamento, caem
Os que, incolores, são passíveis a serem pisoteados

Ainda, AINDA!
Há os que carregam vida
Aqueles que não se contentam em viver
Aqueles que ultrapassam outras linhas
Aqueles! Os revoltosos!
Ora perseguidos, ora abraçados

São os que marcam o tempo d'outras linhas
Que desentoam-a no compasso
E a faz mista com a clave de fá
Afinal qual a graça do Si branco
Se não á notas pretas pra lhe fazer companhia?

sábado, 5 de outubro de 2013

Vidrosseria













Queria me dividir, mas era espelho
Dei um soco, fragmentei-me
Fragilmente, sou pedaços
A um sopro de cair
Distorcido!

Vejo as mesmas quatro paredes
As sombras desenhadas n'uma delas
Um espelho em um quarto é irrelevante
Sempre de perfil, vejo desenhos do reflexo

Não há janelas, o Sol não me invade
Queria queimar os olhos
Mais evitado!

Desejo a brisa de outono
O dia em que serei levado
Cortarei as faces
Longe de mim, não me recordarei

Desejo um martelo
Que me petrifique no nada
Torna-me areia no chão
Pérola transparente

Desejo a inexistência
Ser o que as rochas pensam
Penetrar a vasculosidade do nada 

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Away















Encruzilhado, enraizado na maestria
No ângulo de noventa graus
Estou parindo agora
Partindo

Olho pegadas e trilhos permeados
Não posso continuar, vago
Pego um novo vagão
Sou levado

Segurança do passado não passar
Estou sempre com retrovisor
Precavido de fantasmas
Até os velhos

Seguro de tudo, sou inseguro
Seguro nos bancos
A cada tremura
gemo!

Num sinal da noite
A morte me levou
Não senti nada
Vi, nunca vivi!

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Falsa Finesse


Mais vale um pássaro na mão
Do que uma pena no tinteiro.

Mais vale uma palavra curta e grossa
Do que a falsa finesse.

Mais vale o calmo
Do que o desenfreado.

Mais vale lá deixar
Do que aqui proibir.

Com a pena no tinteiro,
Cheio de uma falsa finesse,
Escrevo desenfreado,
Antes que venham me impedir.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Sarcófago


Cada passo meu, é inerente ao desastre
A inércia, a implosão perpétua
Pisado, como asfalto vivente
Todo sinal do semáforo é destrutivo
Não posso parar
Não posso prosseguir

Sou perseguido pela cavalaria
Perdi meu sapato na segundo andar
Estou esperando um cavalheiro
Sinto que não sinto

Sou um fugitivo do vento
De cada rugido, sensação de barulho
Fujo do próprio eco
Fujo por que corro
Corro por paz

Talvez se jazer, gozarei...
Ser ossos no sepulcro caiado
Enojado de nenhuma flor
Carcomido eterno por aquela que já me alimentei

Permeável esquecimento
Almejo enublar meus pensamentos
E em diante, sem instintos, não mais...


*pausa*



Respir...
AR!


domingo, 25 de agosto de 2013

Este Bordo


Ao abrir os olhos
Sinto as ondas
Enojado
Esfomeado
Desdentado,
Criança de berço

Parti em um parto
Sem orientação
Síntese ou marcação
Nasci no mar
E não sei pescar

Permito ser levado,
Nunca fui orientado
Sem limite ou intenção
Parto em parto

Sou marinheiro, solitário
Sigo sempre Norte
Embora tempestuoso,
Nublado,
Amarelado

Sigo o Sol, a Lua
Envolta de noite, de dia
Circulando a eternidade

Danço em feridas
E sem espírito
Embebedo a água
Como a merda
Empoeirada, mastigada
Cheiro à cera de Hefesto

Sem nudez
Embriaguez
Clamo emancipação
Pois vivo em pleno mar
Preso pela madeira do meu navio

Vivo trilhos navegados
Pegadas extorquidas
Sou do tempo, titactando
Sou da vida, ensinado.  

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Custo

Dispa-te da insegurança
Sede de cunho irrepreensível
Banha-te da pureza
Trilha minhas pegadas

Como em coleira
Retenha-te aos meus puxões 
Aleijarei-te e em ti existirão lacunas

Mas se por ora manter-te cabisbaixo
E não analisar a trilha
Em silêncio cobrirei teus olhos
Tirarei tua coleira e seguirás em trilha

A chegada lhe será indiferente
Pois quando em abismo
encontrará quietude e plenitude 
E no fim da infinitude, verás, paraíso

Sou-te pois e a todos, caminho.

domingo, 21 de julho de 2013

Cale a boca

Silêncio, tão denso
É tudo que penso
Resposta pra tudo, é tenso
É de um útil imenso
Diz tudo sem falar nada; intenso
Quer tudo sem querer nada; pretenso
Shh… Silêncio.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Virtual













Me questionaram sobre tu
Se eras real, se...
Se posso tocar-te, sentir-te
Ter-te, ouvir-te

Surgiu pois dúvida uma
Sobre o que era real
Devera, onde vivo, não me movo
Sequer, transpasso
É superficial, vazio!

Entretanto acheguei-me a ti,
e o fiz pela superfície plana e virtual,
O que está por fora, é por sua vez, superfície
O mundo físico, é superficial
Entretanto, o mundo pelo qual te encontrei...
Não estava ao alcance dos olhos
Estava debaixo das mais densas camadas de ti
Estava por detrás de toda sua obscuridade

Devera, não sinto teu toque, não ouço tua voz
Mas por sua vez, tua poesia exprimida em canto...
Tocou-me. E sua voz, eu ouvia no pulso da tua mais velha cantiga

Olhar nos teus olhos? Tenho sempre esse prazer
Creio que os olhos sejam a passagem da carne para a alma
E de alguma maneira, encontrei essa passagem, minh'alma.

"But if it's true
You can see it with your eyes
Oh, even in the dark" - Brick By Boring Brick





Para Gabéz

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Meio














Tenho uma meia dúvida, senhora
Uma meia conspiração a ti
E basta meia página pra contar-lhe
E há só um meio de te falar
E para que não sobeje lágrimas...
Serei ríspido nas palavras:

"Querida...
Sinto, pois, deixar-lhe informações incompletas
Mas sinto que poupar-te do fardo;
Seja, pois, de maior prudência.
Não nego-lhe o fato, que é em demasia meu apreço por ti

Entretanto, sabes que o vento é inusitado
Ele tema em levar o dente-de-leão
E deixar intacto, o cacto
Carcome as mais verdes plantas
E nunca derruba o ímpio

E traiçoeiro assim, ele nos separará
Nos fará em pedaços
E assim, jogados ao vento
Vento traiçoeiro

Não sei se um dia nossos pedaços
Repousarão, pois, sobre chão sólido
Mas por agora, estão separados
E nossas vidas também"

Sei que prometi não ser subjetivo
Mas as lágrimas desenharam os últimos versos
E minha força não pode detê-las.

Não temo mais partir, se não, partir-te
Prometa entender, suportar.
Entretanto, nunca aguarde minha chegada.

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Símbolo


Consolo, Felicidade e Esperança.

A mim não pertencem os sonhos
Eu os almejo e os alcanço
E, fielmente, sigo ao próximo
À procura de um novo símbolo.

Eu crio símbolos e os carrego no pescoço
Eles permanecem comigo até que mais uma meta eu cumpra
Assim, me levando sempre ao próximo
Dando continuidade ao meu caminho, minha busca.

Oh, grandioso fim onde não lutarei mais
Onde terei meu tudo
Meu descanso.

Não buscarei
Não haverão símbolos
Metas desvanecerão
Vou descansar num lago de desgosto
E desilusão!

Não, desilusão! Pois sei que os símbolos
Não me abandonarão tão cedo.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Olhos a Ludibriar


Eu vejo(?) 

Velhos problemas
Lá de trás e
Velhas bocas os polemizando.

Velhas intrigas
Lá do passado e
Velhos pesos de rancor amargo.

Velhos sentimentos
Lá dos primeiros dias e
Velhas indecisões de emoções.

Novo horizonte
Um profundo e poético superar
E tudo ficou para trás.

Novo caminho
Um olho nos grandes sonhos
E o outro nos que foram destruídos.

Não me parece um superar
Mas sim perece de sentido
Vejo os olhos a fechar
E a mente enganada pelo perigo.

Um Simples Sonho de Lua


Naquela noite
Quando caí no sono 
Eu tive um simples sonho de lua.

Era uma noite de lua 
Atrás de uma densa nuvem 
Alguém a dedicou a mim
E pouco tempo depois
Estava lá ela
Dourada e brilhante
Por completa em sua beleza
Na companhia de diamantes estelares 
E de tão longe estava eu
Cavalgando nas montanhas lunares.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Poema Exaurido


Uma palavra
Bem escrita
Bem sincera
Bem sentimental
Bem original 
Bem despretensiosa 
Bem minha
Bem sua
Bem nossa
Bem assim
Bem assado 
Chega a dar 
Um cansaço 
Extremo 
Da mente.

Criança e o Vento


Um dia uma criança, ao vento, escreveu:

Vento novo
Me leva pra lá
Pra onde eu me sinta.

Vento novo
Me diz o que eu faço aqui
Se eu queria estar lá.

Vento novo
De lá eu saí
E de lá eu sinto falta.

Vento novo
Por que lá
E aqui não são um só?

Vento novo
As memórias estão aqui
Estão lá, mas revive-las não dá.

Vento novo
Alguns laços se desfizeram
Enlaça-los é mais difícil aqui.

Vento novo
Eles estão aqui
Mas não por inteiros.

Vento novo
Eu quero estar aqui agora
Mas mais tarde não vou querer mais.

Vento novo
Quero um sopro de força
E espero que tudo seja realmente
Uma questão de costume.

Eu sou só uma criança
Pedindo por uma nova inspiração.

sábado, 11 de maio de 2013

Crê



















És formosa a compostura de suas mais simples feições
O semblante que de manhã me rodeia; desperta
Tua fumaça que exprime o oxigênio que só eu sei inspirar
O calor de digitais que só em mim faíscam

Caem em senso, em questionamento, na dúvida de...
Não existir.

A coerção do teu olhar, que me permite respirar
A tremulidade(sic) da tua voz ecoando vida
Corrompendo minhas veias, manipulando me em teias

Corrompidos decaem em descrença
São carcomidos pelo vento

Mas se ouvirei-ti-ei pelo tempo que quiseres
E nada questionar, permita-me levantar uma hipótese;
A voz de que lhe tece em questionamentos, querida
Com intrepidez duvida de nós, pode agora, ecoar mais alto que a falta...
Falta dos meus toques?, do meu olhar?, do meu amor?

O arrependimento corrói mais que a morte
Pois ele permanece após ela, mas ante-vida, ante-dúvidasSabíamos que se investimos em nós, encontramos pois
Valor maior


terça-feira, 23 de abril de 2013

In-umbra

A luz é toda a extremidade
Ela contempla, conduz e compõe
Luz que vida traduz
A extremidade perfeita

Luz que emite compassos
Inaudíveis ao passo
Do tempo que voa,
ela chega mais depressa

A luz é o papel branco
Que só pode se tornar tom claro, quando se mescla com a sombra

É a composição fatal
São as notas mais extensas do piano

A luz é aquela que se vê mesmo no escuro
Poderosa reluz, cautelosa, conduz a mariposa;
ilumina meus pés

É lampada de barbeiro 
Em um canto secado com goteira tremenda
Que machuca os olhos de quem por muito viveu...
Na sombra

É a simples ciência da consciência
A complexidade da mais simples forma
A maestria da paz
A ataraxia solidada

quarta-feira, 27 de março de 2013

Nado Incerto


Talvez eu queria nadar
A milhas de distância
E fingir que o oceano
Não me empurra cada vez mais.

Talvez eu queira me perder da terra
Submergir e imergir sem pressa
Esperando o mundo todo mudar
A cada vez que reencontro o sol.

Talvez eu queria mesmo me perder
Ficar com a angústia de que tudo
Talvez nem dê certo mesmo.

Talvez se o oceano me engolisse
Eu me lembraria de que ninguém
Pode ficar pra sempre sem respirar.

Mas Talvez
Só Talvez
Seja tudo que eu precise
Para eu me endireitar
Em cima da prancha da vida real
E flutuando no grandioso mar fantástico.

Precavido













Sem pressa prevê o que há de ser
Sem condolência ignora o entardecer
Sem consciência, deixa de ser

Corta suas asas com a compreensão
Degola a imaginação com o conformismo
Disseca a sensação com a prevenção

Precavido de experiências
Precavido de ver
Precavido de viver

A morte que não lhe causa espanto
Traz, sublime; a sensação de suspense
Sua linha de vida tênue
Com todos os roda-pés preenchidos
Lhe causa insatisfação

Dado por surpreendido
Nota que sempre a notar
Nunca veio a integrar

A solidão que como uma faca de serra
Trazia-lhe sensação gradual de morte
Até quando torna o fatal... Entediante

domingo, 24 de março de 2013

Sobre viver


Qual é o sentido da vida?
Pergunta o medíocre
A vida precisa fazer sentido?
Indaga-se o sábio

O medíocre procura sentido em tudo
Vive sem fugir de padrões
Padroniza, fugindo de viver
Acha que toda pergunta carece de resposta

O sábio usa a incerteza a seu favor
Mesmo que o destino exista, é imprevisível
Então não há porquê procurar sentido
Uma vez que as coisas não necessariamente fazem sentido

O medíocre teme morrer
Sem saber porque nasceu
Enquanto o sábio sabe que o sentido da vida
É para frente…

sábado, 23 de março de 2013

Chosen, Lost and Locked Solitude of the Ancient Poet


Ouvi falar que escolher um titulo comprido 
Pode dizer coisas ruins sobre o poeta
Uma insegurança, um bloqueio, uma expressão contida
O desejo por uma experiência que o leve a escrever novamente.

Imaginação
Fluir
Olhos 
Fechados
Corpo 
Subir
Caminhos 
Errados.

Se perde
Na pista
Um Ponto 
De vista.

Ninguém 
Que perceba
Ninguém
Retroceda.

Não há
Uma saída
Caindo
No poço.

Ponto de vista
Caindo no poço
Se perde na pista
Ninguém que perceba.

Retroceda.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Linha Tênue



Há uma linha tênue entre
A vontade que te alimenta 
e o vício que te consome.
O toque que arrepia
e o tapa que amedronta.
Os olhos que nos perseguem
e a segurança que aprisiona.
A perigosa loucura
e a pacífica sanidade.
A complexa ilusão
e a simples realidade.
A ardilosa mentira
e a mais pura verdade.


Quero trocar o ódio destruidor
pela alegria que renova.
Quero os dias ensolarados
invés das noites tempestuosas.
Quero apenas a paz que purifica
e o amor que completa.
Anseio por mais um dia
após esse que se encerra.


Por Scarlett

sábado, 2 de março de 2013

Superfície


Hoje eu vim lhe trazer mais que restos
Hoje vim lhe perguntar... Se daí do calabouço
Achas que o mais alto é o topo?
Se as aves que fazem barulho são hipótese
E as estrelas que brilham bem no alto são ilusões...

Porque se achares, daí descobrirei que vivo num calabouço
Descobrirei que existe algo melhor lá bem em cima
Acima das estrelas

Eu voaria numa pipa, cruzando as fendas do universo
E a imensidão seria brincadeira de roda
Eu seria uma roda de fogo, um vazio preenchido
Os meus sonhos pareceriam pesadelos

Eu não seria temeroso quanto a nada
Não sentiria saudade de querer estar aqui
Nunca me sentiria só, pois como as estrelas...
Mesmo na escuridão, uma luz em mim resplandece

Meu travesseiro seriam as nuvens
E o amanhecer olhar pro lado
E quando o despertador tocasse
Desejaria nunca ter sonhado

Eu riria sem fim do sol caçoando da Lua
Desejaria não desejar mais nada
Até que eu cansasse
Aposentasse minha pipa, e virasse uma estrela... Brilhar

Mas se tiveres certeza que tem algo melhor na superfície
Eu não sei que valor tem sonhar
Se nunca se realizará


sexta-feira, 1 de março de 2013

O Prestidigitador - El Gran Finale


Alakh-ah-zam, Abracadabra, Abdoul-lah-ouer!
E com um toque de magia faço…
… O público desaparecer?

Declaro aberto o portal do submundo
Para o qual envio duzentas almas
E minha carreira como ilusionista

Nada mais há para se fazer
A responsabilidade é minha
“Você é eternamente responsável pelo que manda pro inferno”
O Gran Finale
Começa agora

Respeitável público
Buscarei-os um por um
Nem que eu tenha que descer


O Prestidigitador - O livro e a esperança

O Prestidigitador - O livro e a esperança

Lawrence, queridoEste livro pertencia a meu avôDeve haver algo novo aquiMas por favor, LawrenceMantenha a chama acesaNão se trata de ilusão, meu amorTrata-se da esperançaFaça a mágica acontecerDeixe a magia te encontrarVocê já fez isso antesMantenha o sonho vivoMantenha a alma do artistaAs pessoas não cansam de ilusões, queridoAs pessoas amam se enganarLeve a magia até elas
Lawrence, querido
Este livro pertencia a meu avô
Deve haver algo novo aqui
Mas por favor, Lawrence
Mantenha a chama acesa

Não se trata de ilusão, meu amor
Trata-se da esperança
Faça a mágica acontecer
Deixe a magia te encontrar
Você já fez isso antes

Mantenha o sonho vivo
Mantenha a alma do artista
As pessoas não cansam de ilusões, querido
As pessoas amam se enganar

Leve a magia até elas

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Releitura (Now) - Há uma Esperança


Branda como deve sempre ser
A Esperança caminha calma e alerta
Dentre os campos de batalhas e guerras.

Estão com ela aqueles que a protegem
Que acreditam, estão fiéis
De que ela chegará ao outro lado do campo.

Os guerreiros ao seu redor
Não medem esforços
Para manter Esperança com eles.

Nem a armadura mais rígida
Pôde esconder a ligação sensível
Que tinha com o mundo ao redor.

O escuro dos olhos não foi nada
Para intervir que lágrimas
Fossem de pura identificação.

Suas pernas não mediram esforços
Para chegar ao ponto final
Onde agarraria de vez a raiz de todo mal.

Em um gesto puro e sem medo
Esperança é quem abraça o Todo Mau
Envolvendo seus braços de calmaria.

Aquele abraço foi uma porta
Ou uma comporta de humanidade
Para quem não mais vivia.

Na crença de que motivo algum existia
Houve paz no campo de guerra
Para todos os sem humanidade.

E aqueles que choram
E se identificam
Com tal enredo
Neste estão, sem dúvidas
A força da Esperança
E é ela que carrego no pescoço
A Esperança, com todas as minhas forças
E com as forças de quem me ama.

Lar


















Ele acordou com o vento do campo
Ele viu a calmaria na própria casa
Ele viu os vasos quebrados
Ele viu o teto rachado
Ele se viu desmoronado

Ele sabia:... "Ontem a noite teve uma briga, meu filho... Papai foi embora - seus irmãos também"
Ele se recusava a saber
Ele se recusava a deixar ir
Ele preferia viver na guerra do que na silêncio
Ele sabia que enquanto havia barulho...
Ele não ouvia a própria voz
Ele sabia que não ouvia a solidão

Ele queria ouvir o eco do ranger de dentes de sua mãe
Ele queria ver o punho cerrado e suado de seus irmãos
Ele queria ouvir o barulho dos amendoins caindo no vazio que havia dentro de seu pai
Ele queria ouvir, ele queria sentir

Ele não sabia para onde ir
Ele não sabia o que procurar
Ele não sabia se poderia achar
Ele não podia mais viver

Ele subiu no décimo andar...
Ele olhou para o abismo
Ele viu o silêncio sem fim

***

Quando deu o último respiro
Olhou para baixo
E notou uma multidão que se aglomerava

***

Eu recuei...
Dei dois passos para trás
Dei três passos para o lado

Vi novamente minha família reunida

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Mixologia

O poeta bebe
O poeta bebe no cálice de sangue dos amantes
O poeta bebe na poça de suor dos sofridos
O poeta bebe no rio de lágrimas dos vencidos

O poeta bebe amor
Batido três vezes com licor
Duas no copo
Uma no liquidificador

O poeta bebe dor
Causada ou não pelo fio da faca
Misturada com rum, abacaxi
Depois um copo de açaí
Só pra atenuar o efeito da ressaca

Eu sei que não se recomenda misturar whiskie
O especialista em batidas diz que
Misturá-lo com qualquer coisa faz mal
Mas não se preocupe com o mal
Pois o poeta o beberá até o final

O poeta bebe todo dia
Bebe bravura, bebe covardia
Um sal de frutas, para aliviar a azia
E, depois de tudo, vomita poesia

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Pienet, a Ideia e o Antigo Riacho de Cores Vivas


Não me corresponde...O concreto e o ideal.
Pode flutuar sobre minha cabeça...                                                               ...Algo tão sem exatidão.

Posso absorve-lo e fixa-lo sem brandal
Classifica-lo como mais um entre um milhão.

E se eu usa-lo, vou destrinçá-lo
Podá-lo, quebrá-lo
Juntá-lo e concertá-lo
Jogá-lo ao ralo.

Não é meu papel que tudo seja claro
Só me resta tentar ser claro com o que tenho
Que geralmente, não é claro. Mas, é raro,
Nos tantos abstratos do desempenho.

Produziremos, mas não temos insumo
Aéreos, mas com o pé no chão
Perdemos, assim, o rumo
Da ideia que tivemos em vão.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Bloodleech

Mame, pequeno ser
Finque seus dentes em minhas veias e sugue minha vida
Aproveite que não posso correr
Aproveite que não tenho outra saída

Sugue enquanto minhas entranhas não se dão por vencidas
Enquanto meus olhos me dizem o que não quero crer
Enquanto minha morte se recusa a morrer
Enquanto não me sobra mão amiga

Sugue enquanto minha carne sente dor
Enquanto eu não morro
Enquanto minha alma se desfaz em terror

Vá em frente, de forma alguma eu corro
Porque eu grito “meu amor”
Ao invés de gritar “socorro”

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Esperanza

Sei que um dia tudo há de ser diferente
Os campos amarelados se cobrirão em rosas
Os velhos vividos se entreterão em prosas
E a Esperanza de viver tomará rumo ascendente

Sei que um dia eu serei todo indiferente
À dor e dissabor que ressenti outrora
Aos amores falsos que irão embora
E a honestidade será assunto pertinente

Sei que um dia, do nada, assim mesmo, de repente
Hei de encontrar minha cura em raízes
Que hão de me fazer esquecer as cicatrizes
Daquilo que hoje se sente

A opressão não será mais rigorosa
Haverá alegria onde hoje se chora
E haverá tranquilidade como o ressoar de Für Elise

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Isaac














É tão difícil te entregar
Colocar-te sobre uma manta velha...
E [pausa], lançar-te

Confiar na correnteza
Para te conduzir aos lugares certos
Abrir mão de-ti, é como arrancá-la

Mas ainda...
Sei que é o certo
E isso me traz esperança

Mas me dilacerar de ti
É como desunir todos os meus laços
Me desuni de ti há 26 minutos
E pareço ter vivido metade da minha vida... Morto

E quando eu der as costas
Prometa que esticará o pescoço
Para ver se ainda permaneço lá

E quando eu finalmente for
Espero ainda estar...

Aguardando-te-ir
Berrando em silêncio
Não cogitando ir
Errante em ir
Radicando ao horizonte

Sem si

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Sisal

- Maria, porque teu semblante está tão frio, quando teu coração queima em busca de algo? Porque não te preocupas mais? O que as ondas te trouxeram? [pausa] Quais? As mesmas que me levaram, oras - o tempo... as vis lembranças...

***

Mas ainda, aonde está aquele olhar traiçoeiro? Aquela serpente na tua alma, que encantava o bebê de berço, e o levava para o seu leito de morte? O tempo também levou? Amadureces-te? Arrependes-te? [pausa] Isso lhe causa o tempo: toma, e vomita na devolução.

***

Não se trata do que plantamos: afinal, como pode o homem colher maduro, tendo plantado nos firmamentos das rochas? Como pode o homem, esperar vida, tendo plantado na sequidão da morte? Não se trata do que sonhamos, porém, em onde colocamos os sonhos, em quem confiamos, deixamos dar ouvidos. Somos todos traiçoeiros, um dia tudo fará sentido. Aquele sentimento pueril de nos preocuparmos com o que é certo, partirá no momento quio(sic) tempo for cruel conosco e nos tirar a juventude, foge da sabedoria dos Provérbios. Não entende? Não percebes? Vá-te e faça de novo. Arranque todos os frutos antigos, limpe teu coração. E quando ides, não esqueça-te de não olhar o que perdeu, o que fizeste. Prometas a si, começar-te-ei de novo. Vivas como morres, e morras como nasce.

***

Feche Teus Ouvidos para Ouvir: quando achar-te em ti prazer, saisfação. Parta-te, e nunca voltes, nunca cogite, fraqueje. Não vá e venha! Coloque um preço nas suas memórias e deixe que levem, mas apega-te ao que nelas havia de valor. Sê-de como as folhas de sisal, e que seu ciclo seja nascer, viver, e nascer de novo. 

Bring Me To Life




Sentes o frio que arrebata
Aquele que faz a brisa se acolher
Que devasta os dias bons?


Quando não temos onde pisar
Onde nos firmar
Somos levados pela imensidão
Vivemos dentro do vazio
E ele dentro de nós

Sou eu corrupto por negar a esperança?
Me apresentem argumentos
Comprovem com mentiras
Mas ainda pereço na imensidão

Ao menos uma vez
Não me deixe ser levado pelas águas
Segure me como seu último suspiro
E não solte nunca

Me faça uma vez me sentir seguro
Não me deixe que o tempo afete
Não me deixe perecer
Pereça comigo
Essa noite
Pra sempre

Dedicado a Gabriel Vaskz

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Serei


Tudo que existiu em abastança
Tudo que pedir um dia
Marcou meu diário, tornou-se memória
Ajudou a construir o meu eu.

Por todas elas no passado
Por aquelas que vou me arrepender
Trairei minha personalidade
Aprenderei a ser melhor.

E toda proteção
E todos os escudos
Caiam ao chão. Vulnerabilizo,
Desconstruo o meu eu.

Tudo que há
Por tudo que tive
E tudo que terei
Serei.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Azeitonas verdes em conserva














Senti a lareira aquecer-nos
olhei em seus olhos.
Dei um beijo rápido,
sorri.

Você levantou.
Disse que era tarde.
"Está frio lá fora",
tentei argumentar.

Mas você disse
"tenho que ir".
E eu deixei.
Deixei você ir.

Se eu soubesse
que seria a última vez
que ficaríamos juntos,
não teria deixado.

Aproveitaria
todos os segundos
minutos e horas
do seu lado.

Mas você se foi.
Deixou um vazio em seu lugar.
Um frio que nem a lareira agora
consegue esquentar.

Por Ron Alon


Beige


Do teu rosto
Sumiram
As sobrancelhas.

Agora como
Posso eu
Ler tua dor?

Lacrimando
Para ter
A purificação.

Fogo e Gelo
Em contato
Causam dor?

Água rala
Necessária
Ao semblante.

Regadora
Da expressão
Em tua face.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Mercê


Eu sou a ironia
A mentira maquiada
A verdade enganadora
Que trapaça, laceia

Sou a morte
A vida maquiada
Que suspira sem sentir
O que não resta, sobra

Sou o placebo
a divisão da verdade
a apologia da mentira
Que de antemão pede perdão
Esperando algum dia, tua mão

*pausa*


Mas por mais que finja
E desperte em mim ódio
Não consigo enganar seus olhos
Porque eles viram dentro de mim
E nunca mais me deixaram

sábado, 12 de janeiro de 2013

Ah, se Eu Pudesse

Ah, se você pudesse
Iria se você soubesse
Pra lá dentro de mim
Ou fora de nós dois.

E se ao menos quisesse
Saber que sempre esmorece
Ao momento que escurece
E de nós, desaparece.

Paz que esvanece
Amor que me esquece
Sabor que me apetece
Paixão que me cura e me usa
Como se de pedra eu me fizesse.

Pra lá dentro de mim
Ou fora de nós dois
Pra lá te mandei
Onde quis que estivesse
Quis, e tão somente isso.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Pássaro negro



Vi um pássaro
em uma árvore
abrindo seu bico
sem poder cantar.

Um ninho curto
sem nenhuma sente
ali no escuro
sem nada enxergar.

O céu, então, clareou
minha alma, com ele,
conectou.

Tornei-me o pássaro
e voei pelo céu.
Livre, finalmente,
do que me acorrentou.

Mas a neve, traiçoeira,
grudou em minhas asas e

C
   A
      I
       ____


Não consegui me levantar.
Não tive forças.

O sol apareceu
a neve derreteu
e alguém me apanhou.

Cuidou de minhas asas,
e quando pude, enfim, voar
decidi ficar. Ter um lar.

E virei humano de novo.
Tirei alguém da solidão.

E o pássaro, de negro,
ganhou cor
e viveu enquanto vivemos.
E morreu, também,
quando morremos.

Por Ron Alon

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

A Chave da Era


O homem desconhecido
Com anos e sonhos trancados
Foi chamado para ser a chave
Para abrir a porta de caminhos futuros
Com vidas, sangue e lama.

Cresceu na desolação com fogo
Afim de salvar a nação
E lutar contra todas as outras
Lutar. Contra todas as outras!

Cobriram o coitado com um fardo tal
Que nele era mantido a minha e a sua vida.

É nele que vamos repousar a cabeça
O manto cheio de sangue e lama?

Nossas vidas serão salvas
Nossas vidas serão justificadas
Nossas vidas tomarão valor
Quando um cair por toda uma nação?

E quando toda uma nação
Levantar-se contra outra
Alguém vai sorrir no fim da batalha?
Não nos dirigimos para milhares de velórios? 

Nos dirigimos 
Para o fim de uma Era.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Vivo


vivo loucamente,
as vezes de maneira tão insana,
que não sei como vivo.

vivo perdida, absorta 
na complexidade de meus sonhos;
ou me encontro 
na simples realidade.

vivo profundamente,
as vezes,
vivo tristemente,
felizmente vivo.

vivo confusamente e
contrariadamente,
de maneira que só eu entendo,
ou não.


[Texto por Scarlett]

domingo, 6 de janeiro de 2013

Só se vive uma vez


Vida; unidade de tempo
Breve; mas ainda assim, dura uma vida
Curta; a perenidade é nociva
Longa; é tudo que temos

Desliga as luzes e deixa teu lar
Roda por qualquer desconhecido Boulevard
Tu não sabes o que vais encontrar
Mas sabes que vais te encontrar

Tira um tempo pra quem te quer bem
Copo d’água e afeto não se nega a ninguém
E, se realmente vales mais que vintém,
Ama a teus inimigos também

Tira um tempo e te dedica ao respeito
Se odeias quem não é igual
Eu odeio quem quer ser igual
A graça dessa vida é que ninguém é perfeito

Conhece uma pessoa desconhecida
Salva uma alma perdida
Venha e toma uma bebida…
Sai e vá viver tua vida

Não te pergunta sobre vida após a morte
Pois saiba, que com um pouco de sorte,
Encontrarás teu Norte.

Saiba, que com um pouco de sorte
Haverá vida antes da morte