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sexta-feira, 29 de junho de 2012

Refletora Vidraça

Refletora Vidraça


As Dunas cheias de nada, volumosas e variáveis
São tudo que se nota no reflexo dessa janela
A refletora vidraça permite calor, luz e proteção
Não sei.  Não percebi à tempo mas 
lá fora, eu sei que meu interior toma forma.

Tudo aqui dentro se vai, se expande infinitamente 
Toma curvas densas, causa cortes ao vento
Atravessam a janela e lá fora 
se vão de encontro com as Dunas
Dão um peso ao ar. Se tornam livres expressões
Perfeicionam o balanço e me torna brando.

Quando anunciam a retirada são apressadas
Deixam a carcaça de lado e vão dançar 
Uma dança quente e silenciosa
Afinal, estão tão longe de interpretação viril

Alguém me leve novamente ao dia
àquela determinada hora da noite
Me faça atravessar portais 
para que, de volta no tempo
Eu me lembre de fechar todas as janelas
As Dunas não são capazes de me compreender.

sábado, 23 de junho de 2012

Coaxela

Não temo mais o dia da grande tempestade
Pego minha pequena flauta
Toco canções de meus pais
E deixo escorrer o sangue da covardia no chão
Um sangue que costuma corroer a madeira
Mas só faz alguns buracos
Mas que sempre são preenchido por risos de coragem

Eu pego mais uma bebida
Bebo mais  uma vez, rio mais uma vez
Dirijo um navio em perigo
E ouso atravessar o mar
Ouso percorrer os oceanos
Em suas tempestades divinas
Corroo o tempo, o universo
Porque o que há em mim não será deixado

Consegue ouvir?
Alces em terra firme...
Estão Pulando em júbilo, porque a terra desabitada
Foi pisada, uma terra nunca encontrada
Depositei a bandeira que guardei em  minha alma
Na terra que só eu pisei
Uma bandeira guardando meu nome

Aquela terra, onde guardava a caixa
Qual Pandora ousou abrir
A terra que guardava a esperança
Minha alma espera, e esperará nela

Eternamente, navegando
Finalmente vejo, finalmente enxergo
As possibilidades, que o poeta bêbado ousou dizer:
"Uma alma solitária, uma alma oceânica"

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Álibis


Eu andei me refutando, no meu jeito
Para me defender dos que me julgavam
Que não mediam suas pequenas palavras de degradação
Quando apontavam seu dedo torto para mim

Mas chegou o dia, que não tinha argumentos
Que me defendiam do que me tornei
Tive de encarar minha face no espelho
Perguntar em que ponto cheguei

Um espelho quebrado, cheio de sujeiras 
Incapaz de refletir qualquer luz que partisse do Sol
Um espelho degradado pelo tempo
Representava a sujeira, que um dia guardara em mim

Eu relutei durante algum tempo
O olhar para a minha cabeça, um universo; 
Que não podia colidir com um mundo real
Cheia de suas fantasias de concupiscência
Eu tentei olhar, entender o que eu me tornara
Mas nem sequer eu, conseguia entender minha letra
Em linhas tortas, amassadas pelo tempo.

Construí um império em mim, com suas paredes de ouro
Solidificadas com o tempo, elas não podem ser destruídas
Por mecanismo de destruição algum feito pelo homem
Se não, ser feita outra, desde seu interior

Nesse império, falhas em breve se revelariam
Um véu defeituoso, marcado pelo tempo
Cobria minha face, em um quarto escondido
Aqueles que não ousavam tirar meu véu
Mantinham o silêncio e o respeito
Por uma alma morta.

Havia em mim, olhos cativantes
Que sempre me visitavam, um amor que guardava
Em particular, e lhe disse pequenas palavras:

"Eu queria poder fingir
Para fugir com você
Esquecer o engano que cometi
Seduzir-te com minhas fantasias
Mas depois de tudo, você seria amaldiçoada
Pela minha alma morta, e morreria comigo, açoitada."

Lamento ter que começar tudo outra vez
Porém, tive de encarar a minha negligência
Mas não compreendo como vivi tanto tempo com essa sujeira.

E quando estiver velho, desejando minha mocidade
O sagrado silêncio, me fará deitar a cabeça sobre o ombro
Chorar minhas últimas lágrimas, sem ter arrependimento de vida

segunda-feira, 18 de junho de 2012

One More Time

Culpo o tempo, por não ter voltado
Ele deixou marcas, apagáveis, porém
Que ousam aprisionar a minha paz
Todas as noites, a minha cabeça 
Não para em pensamentos sãos
Ela é invadida pelo ódio criado
Pelo fragmento temporário.

Algumas dores que haviam em mim
Eram maiores, mas não tão devastadoras
Mas em mim, cumpre-se agora
Através de pequenas feridas
A destruição da minha alma

Queria dizer à mim mesmo
Que todos estão lamentando
Sangrando e chorando
Porém, mais uma vez estou sozinho
Penalizado pelas minhas inconveniências
Apenas eu gritando, perdendo minha vida
Por aqueles que feriram, e me destruíram

Estou paralisado, com medo de abrir os olhos
Em pleno escuro, paralisado por trevas mortais.
Eu sei, eu me acorrentei também, criei laços
Eu mesmo, subi aos céus, disse blasfêmias
Não era eu digno de ter o que sonhava
E sei, ainda não sou
Mas ah sim... Você sabe, não sou o único.

E pare você com suas mentiras!
Estou sozinho a gritar
Sem ninguém para exprimir meus gritos
Para me afastar dos meus medos
Me acalentar, e secar minhas lágrimas 
Produzidas de um orvalho interior
Consumida pelo negrume dos tempos
Que ainda corre, e não ousa parar
Para mim.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Mémoires d'un disque


Ele pega o mesmo disco corroído
Um disco destruído, expondo;
Orifícios criados pelo tempo
Uma agulha acaricia o disco
O som dele, invade aquele senhor

E mesmo sem ar, ele acende seu cigarro
Que estava acima de seus contos de maladia
Ele fora deixado, a mercê de suas próprias cicatrizes,
Todas ele coçava com seu cigarro, para sentir algo

Os óculos que estão sobre o nariz
Não podem dissimular as lágrimas.
Sua mão sobre a boca
Não pode segurar seus soluços

Ele senta de lado, se sufoca com 
A própria língua, ele se sentou, 
Olhando as luzes do trânsito
O vermelho estingue a fenda
Que o verde inflama. 

Sua mente o arrebata
Ele é levado para o início
Quando ele não era tão verdadeiro
Consigo mesmo, quando ele
Olhava para dores, e sorria
E cantava para ela

Ele estava embevecido
Por ainda guardar aqueles olhos azuis
Que eram como um eclipse para a verdade
Os olhos azuis de uma mulher
Que nunca mais olhou aquela face
Velha, já corrompida

Ele cansado de talar sua face
Até não ter mais onde
Achar erros que ele mesmo causou, ele se achou puro
O fato de estar tão sobrecarregado
Tirou dele o peso

Quando ele se cansou de fugir daqueles olhos
Ele parou para recuperar o fôlego 
As suas palavras atingiram os ouvidos daquele senhor
E pela primeira vez dormiu
Porque só os erros o mantinha acordado

O disco corrompido, era sua face
Sendo tocada, em uma agulha estranha
Ele não sentia mais nada
Ele dormia agora, porém, o disco não
Ele dormia eternamente, e o disco
Não.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Lá o Deslocado Estava

Lá o Deslocado Estava


Lá estava ele

Estava á caminho de volta para casa
Após o sismo de duas mil luas
Caminhava cansado e desorientado
E se permitia encorporar o devaneio.

As pestanas cheias
Carregavam o olhar gelado e pesado
Fitava uma mera desatenção
Com olhos que fumegavam estresse extremo

Terminando mais um dia ao brilhar das seis
Que levava junto ao sol a crua objetividade
Dentro do seu bolso folgado um molho de chaves
E o tempo ali se comprimiu em cheio

Com a chave nas mãos o peso era tenso
O mundo oscilava em suas costas
Como se tudo tivesse ido
Para voltar mais tenso ao anoitecer

Uma geração se portava para trás
E levava a sensação de estar ultrapassado
Uma outra geração se erguia afrente
E levava a sensação de atraso de tempo

Permanecer deslocado é mais do que hesitar
É estar entre uma fronteira onde os limites se encontram
Mas não se facilitam, não se permitem alcançar
É notar que ao redor o novo e o velho
Trataria das dúvidas e das confusões
Mas por este exato momento
Está tratando de confortar a ti do incompreensível


sexta-feira, 8 de junho de 2012

Clama Tenebris


Eu visitei uma floresta
Por detrás de uma porta negra
Uma floresta devastada
Onde habitava os meus sonhos
Decidi plantar uma semente
Dela conjecturei frutos da vida
Onde querubins se projetariam
Para protege-la

Eu sei recebi promessas, mas olhe as minhas mãos
Foram todas praguejadas, e agora estou sem forças
Estou esgotado, de olhar para aquela pequena cabeça
Com silmarillis em sua coroa, tão distante.
Distante!

Como se eu fosse um deus,
Porque eu queria, o que um humano...

Não poderia ter


E por mais que eu fosse erudito, e soubesse que;
Isso devastaria mais ainda meus sonhos
Eu disse à mim mesmo: "não sabes".
Sempre desesperançoso, matando aos poucos
Eu mudei, eu depositei toda a esperança guardada em mim

E agora, abri aquela porta mais uma vez,
não reconhecia a floresta que havia em mim
Eram brotos de terra queimando
Queimando sonhos não cultivados
Eu chorei por muito tempo, esperançoso 
Que esse mundo fosse fantasioso, um lugar
Onde minhas lágrimas curariam à terra
Queria dizer que tudo é como uma utopia
Uma enteléquia aos meus olhos

Mas quando voltei de lá, vi, eu só perdi mais.
Agora estou perdido em alto mar, um mar dúbio
Velejando em navios sombrios, indecoroso
Quão bela era essa floresta, quando eu era criança
Cheia de fantasias que até hoje me encantam
Um mundo sem gravidade.

Queria outra vez saber imaginar voar
Mas estou quebrantado por um mundo vago
Estou vagueando em mim mesmo
Procurando se há no mar correntes telúricas
Que deem adrenalina ao meu espírito, já em leito de morte. 

Apesar de querer uma adaga, que matasse à esse lugar
Não nego, sou tentado por meus maus desejos
Meu coração clama muito mais por pertencer à esse lugar
Que criei, matei,
que nunca viveu.

Eu sei de algum modo, se olhasse para mim
Seus olhos acenderiam uma extensa fogueira
Que derreteria a floresta de extensas montanhas de gelo
Sei, suas mãos não apenas cicatrizariam, mas curariam
Mas de tanto saber, eu não quero saber mais.
Quero fugir, e correr desse barco
Mas, e se eu deixar os outros

Eu estou perdido em mim mesmo.

-



Porém, agora tive um devaneio, eu percebi
Você tem de correr, eu devo me sentar nesse navio.
Leve de mim todas essas trevas
Deixe-me aqui, sozinho, porém
Com quem nunca me deixará só.

Diga adeus, diga algo
Que meus sonhos todos sejam consumados
Mas DESTRUA esse silêncio.

Eu virei de cabeça para baixo
Velejo de cabeça para baixo
Em uma mar apontado para mim
Pequena goteja de desespero caindo do navio,
pesa mais a cada gota na minha testa
Sempre miras no mesmo lugar
Se tornas mais pesada do que todo o mundo sobre minha cabeça
Engordure meu conhecimento de vãs poesias
para que tudo, tudo doa mais, para que tudo
tudo, seja refletido outra vez!

Queria não ser inseguro, queria que a procrastinação
Fizesse-me não acreditar nos sonhos, mas penso em tudo,
tudo antes da hora.

Mas essa concupiscência que habita em
mim tira o apogeu dos meus contos.

Quimera das Súplicas

Quimera das Súplicas


Coração, volte a contornar meus dedos -E pulsar
A gritar, sobrepor os sons ambientes
Procure por chamar minha atenção novamente
E me faça relembrar de sua existência
Contorne meus dedos,
Eu quero portar de símbolo 
tão carregado quanto sangue

Correntes e cadeias,
me prendam por um novo instante
Faça valer do meu labor interminável
Dê lição, castigue os pulsos lisos
Voltem a ser elementos citados
Pois também quero relembra-los
e portar deles mais uma vez

Metrônomo, se desligue imediatamente!
Se afaste das minhas teclas pretas e brancas
Não tente mais a sinceridade da minha música
Não tente mais a verdade das minhas palavras
Está arriscando a integridade do meu espírito
Em favor a mim, se afaste dos meus ouvidos
Eles permanecem com seu incessante som 

Relógio, morra lentamente
Estagne à meia-noite 
e vá me levar são ao leito
Seja positivo e perceptivo
E para trás da meia-noite
deixe razão e praticidade

Luz, é só o que vejo
E portanto peço por escuridão
Que a luz possa agir novamente
Irradiar sobre mim a fim de renovação
Como a chama implora pelo ar
A luz se perde em seu próprio excesso 
quando percebe a falta de sombras

E agora... Gratidão. Onde está?
Volte para mim! Eu imploro!

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Morte!

Eu não quero morrer no limbo hoje à noite
Quero acordar na manhã mais linda,
Com telefonemas à tona
Repousar uma arma na minha nuca,
inclinada para a minha cabeça

Bang - Eu posso me despedir
Me despedir mais uma vez
Sem adivinhações ou enigmas
Mais uma carta voluta na terra
Escrevo para meus amigos do solo.

Olho o choro da minha mãe
Dos meus amigos, acendo uma vela
E choro por mim mesmo, por ser mais um covarde
Por abandonar todos pelo meu excremento
Estou à ponto de me deixar mais uma vez no limbo
Porém esperar para morrer com gratidão.

Adeus ao adeus!
Adeus ao deus!
Adeus à deusA!

-

Hey! Wait! Quer rosas vermelhas ou brancas?
Não vou lhe impedir mais uma vez!
Beba desse veneno equino
Vomite seus órgãos
Coloque um gato na sua barriga
De unhas bem afiadas!

Seu desejo de ser estapafúrdio
De dançar no mar em meio a tempestade,
Por mais que você não admita, te corrói
Quer sempre estar em foco para as pinturas
Suas esculturas feitas por seus amigos
São todas respeitadas

Vais morrer cheio de glória, e de poder
E tudo, porque se esqueceu de viver,
só não me culpe por sua morte!

sábado, 2 de junho de 2012

A Hora Mais Sombrosa

A Hora Mais Sombrosa

A Hora mais Sombrosa é também a mais Sombria
Algumas horas me caracterizam, me significam.
Mas como consequência me levam ao ápice da confusão.
Quando penso que mal posso esperar por elas,
lembro de não estar preparado para nenhum instante de sombras.


As onze em ponto termina o foco Acetum
Eles se retiram de seus esconderijos e apagam as luzes
Retiram as velas no jardim, assopram cada fogo aceso
Os lampiões descansam, para dar espaço a outros


Está tão silencioso quanto o vácuo
Enquanto as estrelas prestam atenção
No som da transponibilidade dos elementos
Em toda involuntariedade corruptora do silêncio


O depósito lotou e levou tinta a secar
Trocaram as chaves, endereço e o acesso
se restringiu, naturalmente. E lá se assombrou.


Um certo bando negro
abandonou o alto dos crucifixos
quando notou o relógio a funcionar novamente.
Abandonaram o Lácio e se foram
ao tom sépia de viver, ao tom sépia de ver
ao tom sépia de escapar.


O assombrado acordou cedo
Das doze às três estava livre e seguro
Das três adiante, foi temer o inexistente
Temer a confusão hora mais sombrosa
Como uma criança teme o bicho-papão


Ecos da flauta que ondam a se espalhar
Batuques ocos, intermináveis ao ritmo do sobreviver
Tom eterno e exaustivamente composto
Para tocar na hora mais mais sombrosa


Gloriosa, honrosa hora sombrosa
Há em mim do que a teme
Do que a necessita, que a procura,
do que a deseja, almeja e sente mais do que falta


E o assombrado, o bando e o depósito
não transitam mais por acorde algum
Até que desaparecem após as três em ponto
quando toda confusão se torna fotos amareladas