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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Releitura (Now) - Há uma Esperança


Branda como deve sempre ser
A Esperança caminha calma e alerta
Dentre os campos de batalhas e guerras.

Estão com ela aqueles que a protegem
Que acreditam, estão fiéis
De que ela chegará ao outro lado do campo.

Os guerreiros ao seu redor
Não medem esforços
Para manter Esperança com eles.

Nem a armadura mais rígida
Pôde esconder a ligação sensível
Que tinha com o mundo ao redor.

O escuro dos olhos não foi nada
Para intervir que lágrimas
Fossem de pura identificação.

Suas pernas não mediram esforços
Para chegar ao ponto final
Onde agarraria de vez a raiz de todo mal.

Em um gesto puro e sem medo
Esperança é quem abraça o Todo Mau
Envolvendo seus braços de calmaria.

Aquele abraço foi uma porta
Ou uma comporta de humanidade
Para quem não mais vivia.

Na crença de que motivo algum existia
Houve paz no campo de guerra
Para todos os sem humanidade.

E aqueles que choram
E se identificam
Com tal enredo
Neste estão, sem dúvidas
A força da Esperança
E é ela que carrego no pescoço
A Esperança, com todas as minhas forças
E com as forças de quem me ama.

Lar


















Ele acordou com o vento do campo
Ele viu a calmaria na própria casa
Ele viu os vasos quebrados
Ele viu o teto rachado
Ele se viu desmoronado

Ele sabia:... "Ontem a noite teve uma briga, meu filho... Papai foi embora - seus irmãos também"
Ele se recusava a saber
Ele se recusava a deixar ir
Ele preferia viver na guerra do que na silêncio
Ele sabia que enquanto havia barulho...
Ele não ouvia a própria voz
Ele sabia que não ouvia a solidão

Ele queria ouvir o eco do ranger de dentes de sua mãe
Ele queria ver o punho cerrado e suado de seus irmãos
Ele queria ouvir o barulho dos amendoins caindo no vazio que havia dentro de seu pai
Ele queria ouvir, ele queria sentir

Ele não sabia para onde ir
Ele não sabia o que procurar
Ele não sabia se poderia achar
Ele não podia mais viver

Ele subiu no décimo andar...
Ele olhou para o abismo
Ele viu o silêncio sem fim

***

Quando deu o último respiro
Olhou para baixo
E notou uma multidão que se aglomerava

***

Eu recuei...
Dei dois passos para trás
Dei três passos para o lado

Vi novamente minha família reunida

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Mixologia

O poeta bebe
O poeta bebe no cálice de sangue dos amantes
O poeta bebe na poça de suor dos sofridos
O poeta bebe no rio de lágrimas dos vencidos

O poeta bebe amor
Batido três vezes com licor
Duas no copo
Uma no liquidificador

O poeta bebe dor
Causada ou não pelo fio da faca
Misturada com rum, abacaxi
Depois um copo de açaí
Só pra atenuar o efeito da ressaca

Eu sei que não se recomenda misturar whiskie
O especialista em batidas diz que
Misturá-lo com qualquer coisa faz mal
Mas não se preocupe com o mal
Pois o poeta o beberá até o final

O poeta bebe todo dia
Bebe bravura, bebe covardia
Um sal de frutas, para aliviar a azia
E, depois de tudo, vomita poesia

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Pienet, a Ideia e o Antigo Riacho de Cores Vivas


Não me corresponde...O concreto e o ideal.
Pode flutuar sobre minha cabeça...                                                               ...Algo tão sem exatidão.

Posso absorve-lo e fixa-lo sem brandal
Classifica-lo como mais um entre um milhão.

E se eu usa-lo, vou destrinçá-lo
Podá-lo, quebrá-lo
Juntá-lo e concertá-lo
Jogá-lo ao ralo.

Não é meu papel que tudo seja claro
Só me resta tentar ser claro com o que tenho
Que geralmente, não é claro. Mas, é raro,
Nos tantos abstratos do desempenho.

Produziremos, mas não temos insumo
Aéreos, mas com o pé no chão
Perdemos, assim, o rumo
Da ideia que tivemos em vão.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Bloodleech

Mame, pequeno ser
Finque seus dentes em minhas veias e sugue minha vida
Aproveite que não posso correr
Aproveite que não tenho outra saída

Sugue enquanto minhas entranhas não se dão por vencidas
Enquanto meus olhos me dizem o que não quero crer
Enquanto minha morte se recusa a morrer
Enquanto não me sobra mão amiga

Sugue enquanto minha carne sente dor
Enquanto eu não morro
Enquanto minha alma se desfaz em terror

Vá em frente, de forma alguma eu corro
Porque eu grito “meu amor”
Ao invés de gritar “socorro”