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sexta-feira, 27 de julho de 2012

Porta do Amor Inocente


Em um lapso de inocência 
Dentro de mais um plano perfeito
Onde um corredor de incontáveis portas se estende
Abrimos, juntos, a porta mais distante.


Nos entregamos a nós mesmos
A medida que a porta nos consome
E nos põe afrente de um futuro passado
Um passado não existente, um futuro totalmente miscível 
Com meus desejos para o amanhã.


Da porta vejo a mim, uma versão tão nova de mim
Que mais feliz está, com uma companhia tão querida 
Tão querida pelo eu de ontem, o de hoje e o de amanhã
Mais feliz está, a ponto de irradiar.


Quando transbordava a inocência
O Amor era macio, claro, quente e calmo.
Era de um branco que vestia a virgem de renda
E que ocupava espaço na cor do caos.


De mãos dadas, ao acariciar seus negros cabelos
Ao beijar as costas de suas duas mãos
Desejava o destruir de qualquer compasso contínuo
O acabar de qualquer tempo existente
Só estava eu ali, naquela confusão de tempo, verdadeiramente vivo
Mas nada daquilo não chegava a ser lembrança. Ilusão? Quiçá.


Brinco de sermos almas gêmeas
De fingir que não me importo tanto
De proteger teu sorriso
De dizer "nem tudo está perdido"
De desabrochar e te ver desabrochar.


Pois sei que é um futuro que desejo
Que é um amor a investir
Por todas as digitais que sobrepõem as minhas nas suas
Eu tenho planos para desfrutar de cada centímetro 
Pois em todos esses encaixes sublimes
Eu compreendo este estranho controle sobre mim

Why Do I Live For?

Eu estava ouvindo a sinfonia da minha vida
Mas a agulha faz um rangido
Ela arranha a madeira vazia
Esperando um disco, esperando um som
Eu ao pranto, clamo ao silêncio, uma melodia
Nem que um tom nonsense pule do ar

Eu segurei amores, e sonhos apenas com minha mão
Cerrei os olhos, pelas minhas medidas de vida
Assim o som de uma sinfonia sedutora, dançava com a ganância
Tínhamos sonhos como a água sobre a caverna,
totalmente tampada em seu brilho,
pela sombra de pedras sem valor

Queria que os móveis conversassem comigo
Que as paredes me abrasassem, queria querer
Querer como uma vez quis, quando uma vez pude ter.

Fecho meus olhos, e danço com a morte
Até que não haja mais tons graves para acompanhar a dança



U m a faísca de vento enche meu espírito
Então, eu me deparo com o prédio que há em baixo dos meus pés
Recolho meus passos, e coloco o disco dos meus amores mortos
E danço como nunca uma nova dança, uma nova vida.

Falo beligerantemente com o silêncio
Travo uma guerra com a poesia e o rádio
Com os padrões desse mundo
Questiono por que vivo, questiono por que devo viver
Sei que sou mais que átomos sobre oceanos
Sangue e emoções. amores e desilusões
"Se o mundo não sabe por que vivo
Por que deveria dar ouvidos a como devo viver?"

Sou questionável, sou um estranho em um bar
Queria contar minha história de vida
Queria estar sobre um cavalo branco
Mas o que quero, é parar de querer
Para apenas viver

terça-feira, 24 de julho de 2012

Bleed Water

Ele acordava com a culpa, e a ninava para perder o sono
Ele amamentava sua mutilação na alma
Ele concordava que o sol permaneceria sem girar
Ele se machucara com os cacos que brotavam do chão
Mas chorava a dor da morte materna

Ele se assentava com a cabeça para baixo
Cabeça comprimida por joelhos pontudos
Ele tinha o odor de dissimulação
E quando levantava a cabeça para olhar a luz dos céus
E quando a luz ia de encontro com seus olhos, todos aos gritos...
Aos gritos exclamavam:

"És tu homem embriagado de seus defeitos
E sóbrio de boas intenções
Digno és de olhar o sol, apenas se ele queimar seus olhos"

Quando se levantava, permanecia de cabeça inclinada
Levando um enferrujado carrinho, carregado de acusações
E de palavras que se tornavam lágrimas de vidro
Todas ferindo o pobre rosto inclinado
Seguiu para os bosques onde ele enterrara seus pais

O homem que vaga, dança, morre
Via a apatia agir como uma aliada para seu sofrimento
Mas ele ouvira uma elfa nos bosques
Cantava a verdade dos seus dias

Era capaz ele de ter o olho brilhando, agora
De ver os sonhos escondidos por janelas negras em si mesmo
E o canto, era como um olho, capaz de atravessar suas lembranças
A voz cantou para ele, e assim trouxe a verdade a luz:

Era o pobre homem de madeira
Madeira erguida por cordas
Cordas controladas pelos maus
Ele vivera em função de pessoas que o humilharam

Vivera ele pisado e cuspido
Com a face desfalecida, ele não via
Não via que as acusações, não competiam a eles
Ele vira que os defeitos, cabia a ela mudar
Os defeitos que nunca existiram.
Então a elfa cantava mais uma vez o puro refrão: 

"Eu não sei porque os ímpios tem poder
Eu não sei porque os pobres são os que perdem a honra
Quando são eles que tem sua nobreza
Mas sei que somos mais que átomos na água
Que o sol recompensará a nossa dor

Oh sim! Disso tenho certeza
Os pobres são como estrelas no céu
São solitárias, mas tem seu brilho
Oh sim! Sei que os últimos serão primeiros
Pois é a manhã que vem depois da noite"

O homem pela primeira vez
Ergueu sua cabeça, e quando as acusações viam como peso
A todos estes, ele cantava a nova canção

E quando pode correr, ele abaixou sua cabeça
A inclinou rapidamente, mas da verdade sabia
Ele inclinara para olhar a água pura
E assim ele vira seu reflexo na água
Então, com narciso, se reconciliou consigo mesmo.

sábado, 21 de julho de 2012

O Caminho para Destruição das Vestes

O Caminho para Destruição das Vestes


Certa vez conheci um guerreiro
Que não sabia proteger seu coração
Sua força mantinha vivo todo um exército
Mas não era capaz de pulsação 

Naquele encontro eu disse:
Proteja um coração de carne 
com de uma túnica delicada
Pois sua fragilidade 
não permite titânio algum 
Entre tantos, tantos corações 
Que passam em nossa vida
É a própria, a vida, 
que vai ter ensinar a proteger-los.

Então disse ele:
Das carcaças que me sobram
Um novo coração de uma nova renovação 
Da que guardo atrás do meu próprio sangue 
Nada além de batimentos sem ritmo 
E para cada batimento livre de compasso 
O Caminho para a Destruição das Vestes 
E vai eu, o guerreiro, trilando este
O Caminho para Destruição das Vestes 
Cada vez que permito meu coração sair do ritmo
Minhas armaduras, que carinhosamente chamo de vestes,
Nunca em momento algum houveram de ser retiradas 
E isso logo menos acontecerá, isso me destruirá
Se eu permanecer no Caminho para Destruição das Vestes

Logo após, continuei:
Sente o bater de seu coração, rapaz? 
Sente o peso que carrega aí dentro, por tanto, tanto tempo? 
São lágrimas de épocas passadas das quais não se tem qualquer notícia
Carrega consigo um peso tão desnecessário
Que, em atitudes tão individualistas, se tornaram
Um verdadeiro caminho para sua própria destruição
Comigo, retire desta armadura e faça que as lágrimas rolem
Faça que o companheirismo chegue perto de ti
Permita que seja afagado, perdoado. Permita que descanse por um instante! 
Nem todos nós estaremos com a face em guerra
Nem em todos os momentos a face é de guerra
As vezes, nossos instantes, esquecidos instantes, precisam existir, acontecer, fluir
E é agora que leva você, bravo, tolo guerreiro, ao seu momento de lágrimas
Desvie, você não está mais em caminho algum
Está somente enfrentando as dores de lágrimas passadas
Flua. Que seu interior flua. E se purifique
Quando pronto, equipe-se e vá para a guerra
Tua vida, tua guerra
E você não está mais no Caminho para Destruição das Vestes.

Sem armadura, e com lágrimas nos olhos, o guerreiro respondeu:
Que a luz da justiça ilumine seus caminhos, poeta
Que espada alguma precise te proteger
Que de sua boca sempre saia a palavra certa
E que possamos nos encontrar de novo.

"Meu grande guerreiro, eu queria acreditar numa luz justa. Mas me contento com a satisfação de um guerreiro forte como és."

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Could I Wonder Something Like This?

Could I Wonder Something Like This?




Eu odeio o sol
Por ir embora cedo
Odeio o amor
Por me matar repentinamente
Odeio a paixão
intensificando meu ser
Odeio você
por não estar aqui
Não odeio nada
pois não sou capaz disso
Acabo por amar tudo
se amo você
Amo este banco
onde tive a ti
Odeio este banco
Vazio. Vazio. Vazio


Quando foi que seus lábios se fecharam?
Se fecharam ao expressar dos perdões
Quando foi que hesitou por mim?
Repensou suas atitudes frente a mim
Que pensou em mim, lembrou de mim?
Could I Wonder Something Like This?
Nunca foi difícil tocar suas mãos
E procurar sumir dali em seguida.
Tudo se tornou indispensável
Quando precisei dos seus olhos nos meus
No momento em que pronunciei seu nome
No instante em que tive a ti.


Em todo o espaço que permanece entre nós
Torna simples e natural o mover de nossas almas
No nosso outro plano, nosso plano perfeito.


Tornei da poça d'água para lavar seus pés
Camuflei meu querer, o meu desejar ao toque, "sem querer"
Fui desproposital em sua presença.


Agora espero no banco de sempre, onde tive a ti
Para fazer valer sua presença, gozar do instante de amor
Dar a ti mil e um nomes, mas sempre premeditar Amor.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Só o que Peço

Só o que Peço


Por favor, entre. 
Feche a porta logo após
Faça parte, assine aqui
Permito-vos vasculhar meus arquivos
Única e tão somente norma
É que carregue consigo
um molho de chaves de propósito
Um contorno perfeito de seu coração
Sobre seus dedos de poeta
E uma subjetividade
Medidora do sublime e do abominável
Do dispensável e do necessário
Do autêntico e do genuíno
Do preto ao branco
De Hermes à Afrodite 
Do joio à foice
De ti e de mais ninguém.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Sola Maria

Eu estava olhando o mar, ocupando minha mente com coisas fúteis
E deixei que os oceanos levassem minhas lembranças de valor
Perdi todas, e todas foram perdidas, estavam colidindo com pedras
E rochas marinhas. 

Perdi tudo o que em mim havia de valor
E quando vi que deixei meus amores nadando na imensidão vazia
Decidi correr atrás de um passado desconcertante
Mas agora vejo que o oceano leva coisas
Mas o vento é incapaz de trazê-las
Estarão para sempre perdidas, em direção oposta ao meu caminho

E agora estou como as estrelas na imensidão escura
Um brilho no meio do oceano vazio
E olhando para minhas irmãs, decidi fazer novas lembranças
Quais nunca me esqueceria.

A estrada da escuridão, guardava meu nome
Mas decidi redigir meus caminhos
Dar um novo nome para a minha luz
E transcrevendo o meu novo passado

Soltei minha caneta e o relógio que cronometrava minhas ações
Coloquei meus braços sobre uma dríade bela
Dançamos, e bebemos, a dança da vida que nunca esqueceria
Que o mar nunca levaria.

sábado, 7 de julho de 2012

Flos Vita

Flos Vita



Assim como a dama que esfuma as pálpebras
Assente para si enquanto se checa no espelho
Segue o ponto horizonte à procura do centro espelhado
Se equilibra no salto com a luxúria da Peônia roxa
Contorna as próprias curvas com mãos pintadas e delicadas
Inspira e expira, como se desejasse que a vestimenta lhe vestisse perfeitamente
Imagina o agora, o durante e o pós-encontro
Libera a cintura para contorná-la de braços
Fita seus olhos e se sensualiza para quatro paredes
Esta é a orquídea.


Cuidei desta como a cor já tivesse seu desaparecer
Contei estórias para ela das rosas amarelas, azuis, laranjas e champagnes
Desejamos, juntos, as rosas vermelhas do nosso sonho
Fizemos de ambientes, natureza 
Tornamos do metal e da pedra, madeira e flor
Vivemos felizes para sempre
Mas então ela deixou suas sépalas a sentir falta de vida.


Morri por outro instante
Morri para conhecer pétalas largas e compridas
Para conhecer uma coroa afável e amorosa
A morte me trouxe constância e tal inocência
Majestade da pureza a me acompanhar.


Eu casei com um lírio,
e este ainda há de reconhecer
Persevero na esperança
Confio na emoção
Compreendo sensação
Eu estou apaixonado mais uma vez.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Eu queria Sinestesia

Eu queria Sinestesia


Eu queria que metade de tudo desaparecesse
Eu queria sair ás ruas ao som das quatro cordas a me acompanhar
Eu queria as pretas e brancas aqui, e agora
Eu queria poder fingir tocar, tocando
Eu queria destruir todos os carros e motos das ruas
Eu queria ouvir a natureza
Eu queria aquele campo verde, a mim e a melodia
Eu queria voltar àquele sonho
Eu queria ouvir a minha transponibilidade
Eu queria ouvir meu coração
Eu queria ouvir minha música
Eu queria conseguir ouvir da música
Eu queria aumentar o volume ao máximo
Eu queria que não existisse máximo algum
Eu queria quebrar os vidros aos gritos
Eu queria um microfone mágico
Eu queria cantar aos céus novamente
Eu queria fazer o piano estourar tímpanos
Eu queria o bater de teclas e mais teclas
Eu queria fechar os olhos e só
Eu queria Sinestesia, a verdadeira Sinestesia.

Amor, ao Menos Esta Noite

Amor, ao Menos Esta Noite



Repouse sua mão sobre a minha
Entrelace seus dedos, juntos aos meus
Permita-me sentir a leveza de teu toque
Permita-me sentir a suavidade da tua pele
Deixe que o aroma que exala de ti
Faça parte de mim, e que o aroma se mantenha ali
Sem fim.

Amor, ao menos esta noite
Confie em meus movimentos 
Ao ritmo que estudo cada parte de ti.
Acredite na minha verdade
Compreenda minha sinceridade
E poderei confortar-te em meus braços
Com total ciência cabível a mim.

Sob a luz dos astros Carmim Carnáceos
Que atravessa as cortinas deste quarto
E ilumina o piano Carrara 
Sente-se ao meu lado! 
Vamos melodiar meu sentir
O teu e o meu respirar!
ao toque pesado e leve das teclas
Una suas mãos junto as minhas
Mais uma vez, para tocar
às Montanhas do Silêncio profundo
que segue fiel o compasso oco do meu coração.

Confie teu ser a mim, ao menos esta noite
Cada instante retratado por mim
Neste momento
Se tornará um emaranhado de palavras
Que, em toda desordem, 
Qualquer interpretação viril
Caberá a somente nós dois
Que, com o aflorar das emoções,
Arquivarei para sempre ao tom sépia.

Eu vou escrever o repousar de seu corpo
Sobre a cama, quando eu precisar me recolher
Vou escrever meus braços perdendo peso
Ao te colocar para dormir
Vou escrever a falta que faz perder tal peso em meus braços
Escrever a insatisfação, a angústia, a tristeza e a saudade 
Que Todo O Meu Ser Sente 
Ao te deixar. Mais uma vez.
Ao menos esta noite... não se esqueça de mim
Amor.