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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Comatose - Platônico Amor Próprio

Eu me distanciei da minha consciência, ouvi-la parecia um fardo. Ela trazia consigo as notícias de outrora, que já ousei encontrar a felicidade. Que meu reflexo já existiu, que meu passado transcreveu nas minhas dores e ousou criar cicatrizes! Mas um passado negro como um abismo, e uma outra vida iluminada por uma luz fraca me trouxeram para o amor, eles me fizeram enxergar um belo pássaro de olhos azuis. Ele ficava na minha janela a me vigiar durante toda nona hora do dia; eu via suas penas em contra-tom com seus olhos piscianos, e seu canto mais alto que o grito da minh'alma. Quando ele olhava para mim, ele sugava um pouco da minha energia, pois seu olhar encantador, tinha um sangue frívolo, que mostrava seu desgosto por mim. E quando não sobrou mais nada, eu estava longe da flor da idade, eu era como uma madeira carcomida, tão velha e gasta, que um sopro a arrasta para longe. E então: eu vi a vela que havia em mim se apagando, finalmente alguém soprou, não tenho mais nada, se não esperança.
Eu procurei pela inteligência, e ela me ofereceu asas para correr atrás do meu amor; eu procurei a feitiçaria, e ela me ofereceu esquecimento, eu procurei as faces dos holofotes, e eles me ofereceram uma noite para dormir para se passar acordada, trespassada por um gatilho fatal.
Dessa vez eu procurei a sabedoria, e ela também me decepcionou, disse que eu teria de viver com isso, e agora aqui estou. Em um devaneio, fingindo viver ainda; uma gota ameaçando cair de uma torneira já enferrujada. Foi quando eu vi um outro pássaro, dos mesmos olhos, das mesmas penas, mas eu via que seu canto era diferente, e que ele me dava paz. De alguma forma, tive certeza de que não era o mesmo. O pássaro me convidara para me ensinar a voar; foi quando fui investigar seu caso, e vi seu pé preso sobre um galho; foi quando vi que o galho era o meu braço, abraçado à uma madeira velha, a ponto de cair. Então o libertei, e caí no chão sendo despedaçada por uma luz desentoante. Ela veio ao meu encontro, e como uma mariposa, eu seguia os raios da luz; foi quando encontrei comigo mesmo, com os mesmos olhos do pássaro, mas com um olhar diferente. Com o meu corpo de outrora, mas com uma luz, que nem a escuridão do abismo, ou o sopro da desesperança, apagará!

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